"A fotografia está sendo banalizada." Se você gosta do assunto fotografia e imagem, ou até trabalha na área, provavelmente já deve ter dito isso ou pelo menos pensado. Afinal, são muitas fotos, o tempo todo, sobre tudo, passando uma atrás da outra. E, com o advento da tecnologia e das redes sociais, as opiniões sobre essa banalização ficaram cada vez mais fortes e as críticas, em relação a falta de valorização dos profissionais de fotografia, também aumentaram.
Não é pra menos, visto que com Instagram e smartphones todos somos fotógrafos e temos condições de capturarmos imagens do que bem entendermos e as divulgarmos na hora para bilhões de pessoas. Talvez esse fato acabe assustando quem trabalha no ramo há muito tempo e que construiu carreira passando por cada dificuldade dos tempos analógicos. O que antigamente era difícil, hoje se encontra nas mãos de todos de modo muito mais simples e com conhecimentos sendo espalhados quase que instantaneamente. Mas será que essa “banalização” é assim tão ruim? Será que, na verdade, a fotografia não está em seus momentos de glória e exaltação? O que essa facilidade pode nos trazer a mais?
O mundo muda a todo momento e ele nunca esteve tão visual. Claro que uma imagem cai depressa no esquecimento e geralmente se perde no meio de uma enxurrada de novas imagens. Com certeza o valor de uma fotografia já não é mais o mesmo de alguns anos atrás e, o que era visto como inovação, hoje é ultrapassado.
Temos muitos pontos a serem tratados como negativos, mas, pensando sobre o assunto, já não é hora de parar de se lamentar pelos “tempos áureos” que ficaram para trás e fazer uso do que está sendo proporcionado juntamente com esse descarte rápido e com a tecnologia? A pergunta a que quero chegar é: mas, afinal, o que fazer então? Parece que chegamos em um ponto que nada mais é criado, mas por quê então não inovar? Por que então não transformar? Por que não reciclar?